Alex está à frente de um hospital e procura uma solução efetiva para os seus problemas. Com a orientação de um velho amigo, Alex aprende a identificar e a superar os obstáculos financeiros e operacionais, que tornarão o hospital numa referência internacional.
DOENTES QUE NÃO ESPERAM é uma obra pragmática que expõe os fundamentos da gestão eficaz – essencial para líderes e gestores, que valorizam uma visão holística e funcional.
Classificá-la como um manual de gestão hospitalar seria perigosamente redutor, porque nela constam princípios fortes de gestão que, se corretamente aplicados, aportarão um alto valor acrescentado a qualquer negócio – sem truques, sem palha.
Sob um
diálogo socrático, o leitor é convidado a deduzir a solução, desde que
satisfaça os critérios de qualquer boa solução...
Data da publicação: 18 Outubro, 2024
Páginas: 178
Dimensão: 21,6 x 14,0 x 1,1 cm
Peso: 330 g
Idioma: Português
ISBN: 978-989579657-1
Depósito legal: 532379/24
Género: Gestão
Acérrimo defensor da lógica e do pragmatismo visionário. Depois de ter passado por várias indústrias e serviços, e de ter sido o cofundador, arquiteto e professor convidado do programa de especialização de Lean Six Sigma Black Belt no IST, está hoje à frente de uma consultora butique de gestão. À data, conta com mais de 40 artigos, 3 livros publicados e mais de uma centena de projetos realizados, na área da gestão e da melhoria disruptiva.
«Doentes que não esperam» é um livro que não deve esperar para ler…não traz fórmulas mágicas para um problema que nos afeta a todos, mas poderá ser um importante contributo na sua solução, como ferramenta de gestão aos seus responsáveis, ou como um apoio relevante na estruturação dos problemas na perspetiva dos utentes. Vale a pena.
PEDRO GALVÃO PIRES | EDP
STRATEGY AND TRANSFORMATION OFFICER
O SNS enfrenta diversos desafios sendo recorrentemente questionada a sua sustentabilidade sobre tópicos como recursos humanos, infraestruturas, financiamento, acessibilidade e listas de espera. «Doentes que não esperam» explora, de forma clara e objetiva, num formato de diálogo crítico e construtivo, soluções para esses desafios, utilizando a Teoria das Restrições, Blue Ocean, Lean e Six Sigma que tantos benefícios trouxeram já a outras áreas. Recomendo fortemente esta obra a todos os interessados em transformar o SNS, pilar essencial na prestação de cuidados de saúde em Portugal, num sistema mais resiliente, acessível e eficiente.
ALEXANDRE LEE | GRUPO JOYN
PARTNER E CO-FOUNDER
Ricardo Anselmo de Castro aborda de forma decisiva os desafios enfrentados pelos hospitais na prestação de cuidados de saúde. A clareza com que o autor apresenta soluções práticas e acionáveis demonstram a sua profunda compreensão do sistema de saúde e a sua capacidade de traduzir conceitos complexos em estratégias operacionais claras.
O livro reflete um trabalho meticuloso que visa não apenas identificar problemas, mas também oferecer caminhos viáveis para a transformação positiva dos serviços hospitalares. Além disso, este livro transcende a gestão hospitalar, oferecendo valiosas reflexões que podem ser aplicadas em diversas áreas da gestão e melhoria contínua.
A leitura deste livro é uma experiência enriquecedora que certamente inspirará gestores e profissionais de saúde a adotar práticas que coloquem o paciente no centro de todas as decisões.
VASCO NUNES
LIDER EM TECNOLOGIA E TRANSFORMAÇÃO DE NEGÓCIO
INTRODUÇÃO
I. O ESTADO DA SAÚDE EM 60 SEGUNDOS
II. O VERDADEIRO DESAFIO
1 PATIENT FLOW
2.1 GESTÃO DA MELHORIA
3.11 PROCESSO DE CONVENCIMENTO
3.12 UM SISTEMA IRREVERSÍVEL
2.2 GESTÃO DAS OPERAÇÕES
3.21 CONSTRUIR UMA RAPIDEZ EXCECIONAL
4.21.1 CONTROLAR A CARGA
5.211.1 ESTRANGULAR A ENTRADA
5.211.2 REDUZIR A CARGA
5.211.3 PUXAR DOENTES
4.21.2 PREPARAÇÕES
5.212.1 FULL-KIT MANAGER
5.212.2 GERIR AS EXPETATIVAS
4.21.3 O DOENTE NO CENTRO
5.213.1 ALTA EFETIVA PLANEADA
5.213.2 ESCALONAR DOENTES ELETIVOS
4.21.4 GERIR PRIORIDADES
5.214.1 ÚNICA LISTA DE PRIORIZAÇÃO ÚNICA
5.214.2 GESTÃO DAS TAREFAS
5.214.3 DECISÕES DE GESTÃO
3.22 SUSTER UMA RAPIDEZ EXCECIONAL
4.22.1 MELHORIA CONTÍNUA
5.221.1 GESTÃO DAS UNIDADES
5.221.2 ATRASOS E RAZÕES RELEVANTES
5.221.3 IMPLEMENTAR MELHORIAS
4.22.2 REPLENISH TO AVAILABILITY
4.22.3 ABRIR CAPACIDADE
5.223.1 AJUSTES AO TAMBOR VIRTUAL
5.223.2 RECURSOS NECESSÁRIOS
5.223.3 CONTRATAÇÕES
2.3 CAPITALIZAR
3.31 CHEGAR A MAIS MERCADOS
3.32 INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
e tem sido um grande desafio — para não
dizer um problema — conseguir garantir
a viabilidade financeira, enquanto
prestamos bons cuidados de saúde.
E não me parece que sejas caso único.
O cerco aperta cada vez mais e os custos
têm aumentado vertiginosamente.
É claro que há um aspeto positivo nestes
aumentos: doentes que antes morreriam,
conseguem hoje viver mais tempo!
Se tiverem acesso à saúde...
Na verdade, o problema dos custos não
é restrito ao setor público! Há também
situações muito delicadas no privado.
Bem sei. Mais de metade dos estabelecimentos
de saúde com internamento (leia-se hospitais)
apresentam prejuízo e cerca de 23 por cento
apresentam margens líquidas negativas
inferiores a menos 15 por cento!
Visto dessa maneira, nem somos
dos piores! No ano passado, para uma
receita de 213 milhões apresentámos
uma margem de menos 4 por cento,
isto é, um prejuízo de 7,5 milhões.
Humm…
É uma situação que só será
invertida quando as receitas
superarem os custos.
Mas como pensas fazer isso?
Não te parece que estamos perante
a fábula «do burro e da cenoura»?
Quantos mais milhões será necessário
enterrar na saúde, para darmos a volta?
Não vejo alternativa.
Se queres uma opinião, cada vez mais me parece
que a causa não está na falta de dinheiro, mas
na forma como exploramos, no bom sentido, os
recursos existentes. Isto é, quando novas injeções
de dinheiro não são opção (e muitas vezes não
são), a única solução viável é conseguir tratar
mais doentes na mesma janela temporal.
Estás a dizer que estamos perante um problema
clássico de produtividade: fazer mais com os
mesmos recursos. Acontece que todo o pessoal
está já demasiado exausto. A situação geral dos
hospitais é a de que, apesar dos esforços
continuados, as esperas e os tempos de
permanência mantêm-se muito dilatados.
Definitivamente, precisamos de mais recursos.
Se quiseres dar cabo da viabilidade
financeira concordo contigo.
Tens razão, mas o que sugeres então?
Sugiro definirmos um objetivo ambicioso,
mesmo que à data de hoje não saibamos
como lá chegar. Por exemplo: o hospital
apresenta um cumprimento de prazos
superior a 90 por cento para tempos
de permanência muito inferiores
à média praticada.
Lá muito ambicioso ele é… a ponto
de poder vir a ser alvo de chacota.
Por que estás tão convencido
de que é possível lá chegar?
Porque até hoje ainda não conheci um
hospital, repito, um hospital que não
tivesse capacidade latente escondida.
Garantidamente estamos a aproveitar
mal os recursos disponibilizados.
Pois a mim parece-me que
já está tudo bem esticadinho!
Existem soluções logísticas que podem ser
aplicadas, tanto nas urgências como aos
doentes eletivos. Conheço estudos de caso de
sucesso em diversos hospitais e em diferentes
partes do globo, como nos Estados Unidos,
Suécia, Inglaterra, Singapura…
No fundo, o que estás a dizer é que,
contrariamente ao que se acredita, qualquer
hospital tem capacidade suficiente em camas
ou médicos para atingir um novo patamar de
desempenho, sem recorrer a investimento.
Isso mesmo. São as políticas, as regras e os
procedimentos atuais que estão na origem
desse subaproveitamento dos recursos.
Não estás a insinuar para instruirmos
o cirurgião a usar o bisturi A em vez
do bisturi B, ou que apague a luz
quando sair da sala, estás?
Nada disso. Falo numa restruturação que conduza
a um maior alinhamento e sincronia dos vários
recursos entre os vários departamentos. Mas de
forma prática e funcional! E que eu saiba, mudar
regras e políticas não exige gastar mais dinheiro…
Vamos admitir que resolvo dar-te o proveito da
dúvida. De forma sumária, estás a dizer que o
hospital deve implementar novas políticas, novos
procedimentos, uma nova cultura até, para os
seus diferentes serviços — seja urgências,
internamentos, consultas externas...
Pois. O que te parece?
Não sei, não me sinto confortável.
Não é a primeira vez que o hospital
procura mudar e não quero gerar
expetativas infundadas.
Tens a minha empatia nesse ponto! Para se
garantir um arranque extraordinário é vital
que as primeiras grandes ações resultem em
benefícios substanciais imediatos. Melhor ainda…
vamos começar por definir os critérios daquilo
que deve ser visto como uma boa solução. Deste
modo, enquanto a desenhamos, será muito mais
fácil entender se caminhamos na direção certa.
Se não for esse o caso, as pessoas terão toda
a legitimidade para voltar atrás.
Excelente ideia! Por exemplo,
é óbvio que a solução tem de resultar
em excelentes benefícios, para todos
de quem precisamos de colaboração.
Um verdadeiro win-win-win.
Sem dúvida. E mais?
Diria que o risco de implementação
a multiplicar pelo estrago (no caso
do risco se materializar) tem que ser
baixo, e baixo comparativamente
com os benefícios esperados.
Touché. E mais?
Humm… acho que a sequência de
implementação também importa. Se
prometermos resultados só para daqui a
6 meses ou 1 ano perderemos as pessoas
todas pelo caminho. Ou seja, cada bloco
da solução implementado tem de gerar
de imediato os tais benefícios.
Concordo…
Não vejo mais critérios.
Lembras-te de mais algum?
Acho que sim. A solução — a forma de trabalhar
— tem de ser mais simples do que a atual. De
contrário, mesmo que a solução seja poderosa nos
resultados, as pessoas irão querer voltar ao que
era, simplesmente porque o esforço é demasiado.
Tornar as coisas mais simples é reduzir o stresse
e aumentar a estabilidade de forma natural!
Mais fácil de dizer do que fazer,
mas concordo em absoluto!
Arregacemos as mangas.
Rua D. João V, nº 24, 1.03. 1250-091 Lisboa
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